sexta-feira, 14 de junho de 2013

UGA BUGA BUGA CUCA - lê-se "eu te amo"


E lá se foram 6 meses desde que você começou a se policiar para não errar a data no cheque, desde que você abraçou gente que não conhecia e desejou um bom ano, sem saber que a pessoa roubava clips no serviço, desde que você falou “nossa, não te vejo desde o ano passado” e deu risada porque tinha visto a pessoa no dia anterior e que a pessoa desejou que sua cabeça explodisse!!

Já estamos no dia 14 de junho, você ainda não foi pra academia, não parou de fumar, não emagreceu 2kg, não foi visitar amigos que não via há tempos, não começou o inglês... por mais clichê que pareça: o tempo está voando! Parece que semana passada vimos os fogos de ano novo e antes de ontem já foi dia dos namorados! Muitas declarações, flores, olhinhos brilhantes, fotos fofas, beijos e vontadezinha de vomitar me fizeram pensar sobre as declarações de amor no decorrer desse tempo que sabe voar!

Na pré-história o homenzinho barbudo, corcunda, peludo – o qual chamaremos de Tony Ramos – conheceu uma mulherzinha levemente peluda, de cabelo sem escova progressiva, de vestido de animal print, com cara de maluca – a denominaremos Narcisa. Tony se apaixonou pelas presas proeminentes da Narcisa, Narcisa se apaixonou pela barriga e longos braços de Tony e assim eles começaram um romancezinho! Ele se declarava gritando, batendo no peito e dando grandes saltos em cima da barriga de um grande dinossauro morto na porta da caverna da Narcisa!

Depois de um tempo os pelos caíram, os dinossauros morreram e o homem aprendeu a falar! Assim, o Novo-Tony caçava outros tipos de animais e conheceu a Nova-Narcisa cuidando da terra da casa dos patrões dos pais dela! Eles se conheceram ainda adolescente, mas era uma época em que pessoas nessa idade não morriam por trabalhar, por isso, tinham pouco tempo para se encontrar escondidos dos pais que já tinham um casamento arranjado para ela! Então um dia, o Novo-Tony criou coragem e perdeu o juízo e foi conversar com os pais da sua amada! Se declarou, disse que a amava, que queria se casar com ela, que não sabia viver sem ela... aí seu pretenso futuro sogro resolveu o problema com uma espingarda!

E então veio Shakespeare e as pessoas aprenderam a escrever suas declarações e a tomar veneno em nome do amor! Brigavam com a família por causa de uma paixãozinha da adolescência, corriam o risco de iniciar uma guerra mundial porque queriam fugir com o Leonardo Di Caprio, tudo isso porque os pais não declararam seu amor em forma de uma surra bem dada!

Apareceram então as serenatas e pessoas desafinadas e que não sabiam tocar nem campainha acharam uma ótima ideia “aprender” a tocar “Como é grande o meu amor por você” e saíram bairro a fora declarando o amor pela amada e mostrando o quanto não se importavam com suas mães e a reputação delas!

Quando perceberam que as lágrimas nos olhos das homenageadas eram de sofrimento e não de emoção, passaram a função de “serenatear” para outras pessoas: os donos dos carros de Loucuras de Amor! Vergonha maior que menstruar na cadeira do seu chefe, durante uma reunião da diretoria da empresa, ao lado daquela secretaria escandalosa e fofoqueira!! E as pessoas que já mandaram isso alguma vez na vida ou as que ficaram felizes em receber, deveriam ser estudadas pelo professor Xavier – se ele não tivesse morrido (sim, contei o final do filme se você não viu)!

E quando a gente achou que não podia piorar, apareceram as redes sociais! E todos nós nos tornamos “vizinhos” de quem recebe uma Loucura de Amor! Casais apaixonados com 2 meses de namoro ou 40 anos de casados nos fazem contrair diabetes por bluetooth quando lemos as mensagens cheias de “oun”! Tem declarações com fotos, musicas, palavras copiadas de Machado de Assis e eu fico pensando se os gritos do Tony Ramos do começo da história incomodava tanto assim!

Feliz dois dias depois do dia dos namorados!! Seja feliz, faça declarações pro seu amado (a) e lembre-se que declarações ao pé do ouvido são seguidas de beijos e declarações no Facebook o máximo que pode ganhar é um “curtir”.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Tá rolando agora é uma partida de FUTEBOL!

Estava passeando por ai e por aqui e descobri algo terrível: nunca falei de futebol aqui! As pessoas que já me xingam mentalmente – ou abertamente – no Facebook por eu achar que trabalho como comentarista esportivo de alguma rádio amadora do interior do Acre podem ficar tranquilas, não vou comentar nada, não vou me vangloriar porque o meu time acabou de ganhar do Avaí, não vou fazer suposições pessimistas ou otimistas a respeito da Copa, não vou falar que é um absurdo o preço do ingresso da série B, não vou comentar sobre a barriga do Ronaldo ou sobre a vida do Neymar na terra das touradas! Vamos conversar sobre as coisas malucas desse esporte que é a 2ª paixão nacional, logo após o Silvio Santos (amor eterno)!

Eu gosto bastante dessa baderna desorganizada de cadeiras numeradas que ninguém sabe a numeração, de sol batendo na cara e deixando a marca do óculos, de bandeirão subindo e levando com ele o aroma delicioso de suor guardado, de gente chutando sua canela quando quer passar pra ir ao banheiro, de gritos e mais gritos e braços levantados e a maior concentração de xingamentos de todos os tipos: O Estádio!
Esse último sábado eu fui, mais uma vez, gritar “defesa que ninguém passa” na arquibancada enquanto meu time tomava um gol do América! Deixando esses pequenos detalhes de lado, ali todo mundo vira técnico, gente formada em Biologia entende mais de posicionamento em campo que qualquer técnico que trabalha com isso há anos! Qualquer vó sabe o grito: “Eeei juiz... te amo pra chuchu!”! O cara que estava atrás de mim deve ter aprendido futebol na cadeia, porque só sabia gritar: QUEBRA, QUEBRA ELE! FAZ A FALTA! FAZ A FALTA!
Gente vendendo água, mate, sorvete e amendoim passam por cima de você como se você fosse uma lombada! E o que está com amendoim grita desde o dia anterior: 3 é 2, 3 é 2, 3 é 2!!!!! Aí um abençoado pergunta “quanto é?”, o que vende sorvete diz que tem de coco, limão e chocolate e uma criança quer porque quer o de morango! A água acabou antes de terminar o primeiro tempo e todo mundo passa a desejar o reabastecimento dos isopores mais que um gol! Tem família toda passando protetor, tem gente com o emblema do time tatuado na costeleta, tem gente bem bonita, tem gente bem do avesso! Tem as torcidas organizadas que ficam batucando os gritos já conhecidos por quase todos, cada uma em um tempo, cada uma gritando uma coisa diferente, mas juntas!
Os gritos das torcidas me fazem pensar porque todos os times precisam usar as mesmas músicas? “Festa”, “não quero dinheiro”, “oleeee colocaaquionomedoseutime”... E acho que elas deveriam abraçar mais as pessoas que estão indo ao estádio pela primeira vez e fazer mais aqueles corinhos que repetem: ipi IPI ipi IPI urra URRA!! Aí todo mundo participa! E o quanto os times rivais se provocam? Já disseram que não existe criança santista, não existe são paulino hetero, não existe corinthiano que saiba ler, não existe palmeirense – e ponto!
E quando termina o jogo e seu time ganha, é realmente uma festa! Todo mundo vira melhor amigo de infância, se abraçam sem se preocupar com os pelinhos molhados dos sovacos roçando no seu ombro, pulam sem pensar que seus peitos estão pique o da mulher da propaganda da  
Fiat, você inventa novas palavras e frases sem sentidos e as grita sem se importar se parece que você está tendo um ataque epilético! Seu time ganhou, mano! Dane-se o mundo, dane-se tudo, dane-se em que divisão ele está!
Mas e quando ele perde? Vira funeral, parece que todo mundo está acompanhando um caixão com todos os minicraques dos jogadores que estavam na partida dentro, dá vontade de morder a pessoa ao lado, todo mundo começa a reclamar do jogo, dos jogadores, do juiz, da cobrança de escanteio no primeiro pau, da mãe do goleiro, da política, das catracas do metrô, do tempo, e a parte que você inventa palavras continua igual!
Bom, o final da minha última experiência no sábado? Meu time perdeu pro AMÉRICA, sim, pro AMÉRICA! E minha mãe disse que nunca mais me busca no estádio na vida!

E como vai ser na Copa? Fácil: 32 seleções vão se enfrentar, divididas em oito chaves de quatro times, onde as duas melhores de cada chave passam para as oitavas-de-final, depois as que vencerem passam para as quartas, depois vem as semifinais e, por último, vão decidir quem vence!