sábado, 28 de setembro de 2013

Querido Papai Noel, eu quero um ovo de páscoa!


Um dia desses li um texto que meu primo escreveu sobre como esse negócio de ter manga fora do tempo está mudando a vida das pessoas. Antigamente tinha uma época certa em que as mangas estavam boas para serem consumidas e a galera toda (que gostava de manga) ficava na ansiedade para chegar o dia de ficar com a boca amarela e fiapos nos dentes e isso mudou depois que inventaram esses produtos que eternizam as frutas e se você for à feira em uma terça-feira no dia 08 de janeiro ou no dia 17 de setembro, as mangas vão estar lá, à sua disposição!

Eu não faço ideia do mês bom pras mangas porque não entendo muito de frutas, legumes, verduras e vegetais... minha maior preocupação no momento é até quando a Lacta vai fabricar o chocolate meio diamante negro-meio laka! Mas eu concordo e muito com a parte que ter tudo à mão a qualquer hora não faz ninguém melhor! Estamos nos tornando um bando de filhos únicos mimados achando que a vida é um enorme fast food em que podemos tirar o picles e recebermos um adesivinho “especial para você”!

Sim, a vida é do jeito que escolhemos, mas temos que lidar com as consequências daquilo que optamos e sua mãe não vai estar ali para te abraçar e falar que se não te escolheram pra ser a Branca de Neve na peça da escola é porque a professora não sabe organizar uma peça e que é um erro você fazer a árvore – como tem mãe que estraga possíveis amizades futuras dos seus filhinhos, né? Se ela tivesse te falado que provavelmente alguém faz a Branca de Neve melhor que você e você tem que saber lidar com isso e fazer a melhor árvore que poderia existir, talvez você tivesse mais amigos hoje!

Antigamente as pessoas sabiam lidar melhor com a ansiedade, mandavam cartas e passavam dias esperando uma resposta de algo que elas não tinham uma comprovação que foi entregue e lido! Aguardavam uma época certa do ano para comer sua fruta favorita! Tinham que esperar o Natal para comer Panetone, não tinha esse negócio de poder comprar em promoção em pleno julho! Tinham de esperar a páscoa para comer um chocolate diferente! Esperavam o casamento para dormir com o namorado – acho que o número de casamento diminui não porque as pessoas liberam tudo antes da cerimonia, mas porque as pessoas já acordam uma com as outras, com remela no olho, bafo, baba deixando o canto da boca branco e não tem nenhum documento assinado dizendo que só a morte as separaria e já desistem do “para sempre”!

Hoje as pessoas estão intolerantes em esperar! Tem horário pro banco te atender, não dá mais pra conhecer gente na fila do Itaú! A C&A te mostra quanto tempo aproximadamente você vai ficar na fila e se o sistema cai, se alguém precisa ir ao banheiro e o número sobre 1 minuto, você já xinga 4 gerações dos atendentes! O Whatsapp te mostra quando a mensagem foi enviada do servidor para o celular da pessoa (não, não significa que ela leu!!), te mostra quando foi a última vez que a pessoa entrou no aplicativo e você já quer arrancar os cabelos porque fulano não respondeu o “oi” sem nenhum assunto que você mandou!

Nãnãnão, não sou nenhuma maluca que quer voltar a cultivar pombos para enviar mensagens, só queria um mundo em que as pessoas soubessem tirar boas lições de coisas ruins e não ferrar com as coisas boas! Um beijo, Alice!

 

 

domingo, 15 de setembro de 2013

E se...

Era segunda-feira, eu estava com o meu típico bom humor de segunda-feira, me vestindo de forma que refletisse esse bom humor e andando como se o mundo fosse meu! E aí perdi a oportunidade de conhecer o que poderia vir a ser o amor da minha vida – isso se eu acreditasse que ele está por aí, andando pelas ruas em plena segunda-feira. Um cara passou e me pediu em namoro e eu mandei a resposta automática que vem a nossa cabeça quando um desconhecido passa por você na rua e te pergunta se quer namorar com ele: “não, obrigada!”.

Mas depois fiquei pensando E SE eu tivesse dito sim ou se tivesse, pelo menos, sugerido uma troca de telefone? Podia descobrir que ele costuma usar palavras do tipo “seje”, “esteje”, “menas”, “escultar” e me despediria logo em seguida trocando o número do meu telefone e deixando a vida seguir. Ou também corria o risco de descobrir que ele é uma pessoa incrível, alfabetizada, palmeirense roxo, que gosta de presentear a namorada com lindas Melissas e com viagens para a Grécia. Mas não vou saber em que caso ele se enquadra, porque falei “não”!

Pode parecer clichê e realmente é, mas isso não torna a frase menos verdade, mas “algumas oportunidades não voltam só porque você se arrependeu”. E quantas oportunidades eu já perdi nesses últimos 26 anos? Será que aprendi a falar não antes de sim (minha mãe não está aqui pra eu perguntar e se for contar com a memória dela, ela vai lembrar o que conversamos hoje pela manhã)? Às vezes acho que o homem age mais por instinto que muito animal por aí, não tem muito essa de racional! Depois que a gente age que a gente faz uma listinha mental de E SEs e nunca vamos chegar a conclusão nenhuma porque a oportunidade já passou!

“Ah meu Deus, um texto para bater na cara das pessoas e falar pra elas ‘pede pra sair’ ‘presta atenção no que você tá fazendo dessa sua vidinha aí, porque tem mais do que você está se permitindo viver’!” não, é um texto para procurar o cara que eu encontrei na segunda e pedir pra ele continuar andando nos mesmos lugares, nos mesmos horários e a gente ainda vai se trombar de novo. E se eu for contar com a sorte que eu tenho, isso vai acontecer em uma sexta-feira, quando eu estou mordendo os outros na rua de tão mau humorada e vestindo a primeira peça de roupa que grudou em mim quando tropecei e cai no guarda-roupa!

Mas, de verdade, acho que usar a frase “posso responder já já?” seria uma boa ferramenta para exercermos a nossa suposta racionalidade e ponderarmos o que vamos contar empregando o  futuro do pretérito e o que vamos contar como fato da nossa história. Preguiça crônica de pensar no que poderia ter sido!

 
E esse poderia ter sido um texto mais bem humorado, só que hoje é domingo, meu bom humor só chega amanhã, ele sempre aproveita as oportunidades de viajar e nunca passa o final de semana em São Paulo.

domingo, 8 de setembro de 2013

Entre divisão de pais e coxas de frango!

Eu tenho um irmão mais velho! “Tá, e dái? O que eu tenho a ver com isso?” Nada, mas esse blog é meu e eu posso escrever sobre a minha vida! Posso falar que tenho um irmão, que nunca lembro meu signo quando me perguntam – e sou julgada por isso, que adoro ir ao zoológico, mas não vou desde 2002, que meu pé direito é muito maior que o esquerdo, que queria ser amiga da Preta Gil, que eu corto meu próprio cabelo porque odeio o clima do salão e ele fica muito torto e poderia passar esse post inteiro falando sobre mim, mas, falei sobre ter irmão porque no último dia 05 foi comemorado o “dia-do-irmão”! E, de quase todas as comemorações que já tivemos esse ano, dessa eu posso participar! – Todos comemora!

Eu tenho um irmão que é pouca coisa mais velho que eu e esse fato mudou muito a minha vida! Eu sempre tive companhia pra jogar videogame, mas nunca joguei nada do tipo “vamos vestir a Barbie”, sempre foi Sonic, Grand Turismo, Tony Hawk, etc... quando eu ia brincar de Barbie, os Comandos em Ação invadiam a casa das pobrezinhas, ou seja, um bando de anões magrelos quebravam tudo na casa das loiras gostosas e o Ken devia estar se maquiando nessa hora! Nossa brincadeira na piscina sempre foi quem conseguia encostar as costas do outro no fundo, nem que para isso fosse necessário uma semi-morte por afogamento do outro! Tínhamos as melhores ideias do mundo, por exemplo “vamos jogar vôlei coma  vó?” – aí ele quebra a mão! – “vamos pegar a vó lá na sala, trazer pro quintal, deitá-la no chão e dar um banho de mangueira nela?”.
Cresci sem frescura, fazendo guerra de qualquer fruta que aparecesse na casa da minha tia, brincando de bolinha de fogo com algodão e álcool (não façam isso em casa), tendo companhia pra ver filmes de terror, apanhei muito (mas muito mesmo), aprendi a jogar RPG – tudo bem que quando me falavam que eu estava presa na floresta e um lobisomem estava se aproximando eu respondia que ia ligar pra polícia! =) Já fui salva por ele em uma piscina no Guarujá quando uma fofa de uma menina puxou minha boia de braço (créditos à minha mãe que se jogou na piscina logo que me viu afogando meu irmão que tentava me salvar). Brincávamos de falar nomes de carros de A a Z durante as viagens, fazíamos a contagem regressiva juntos do quanto faltava pra chegar na casa da Vó!
Não sei como é ter uma irmã, mas imagino que seja a mesma cumplicidade, o mesmo aprendizado, a mesma divisão de coisas (principalmente para dividir a lavação de louça, coisa que não rola com irmão), dá pra dividir roupa, sapato, maquiagem... mas o bacana de ter irmão ou irmã é ter com quem dividir os problemas da mesma família, é dividir olhares durante um almoço e começar a rir juntos de uma piada que só os dois pegaram, é dividir abraço quando alguém da família se vai – ou casa, é dividir a responsa de cuidar dos velhinhos quando eles forem ainda mais velhinhos, é dividir o controle remoto (utilizando tapas, mordidas e qualquer outro artificio do tipo), dividir os pedaços favoritos do frango, dividir a bronca quando fazem alguma merda...
Dica do dia: se você tiver grana, não mime uma só pessoa, tenha duas delas e divida a fortuna entre elas! Ter um irmão deveria ser uma recomendação médica, porque te faz crescer, te ensina a dividir, te faz mais forte para a surra que o mundo vai te dar um dia – porque dificilmente alguém vai te bater tão sem dó como ele! E te ajuda a convencer seus pais a deixarem vocês terem um cachorro!

Ah, e um beijo para os filhos únicos!