terça-feira, 26 de agosto de 2014

Certa estava sua mãe quando dizia "você não é todo mundo!"

 
Você nasceu, sua mãe achava que você era o bebê mais lindo da maternidade. Você fez alguns aniversários e achava que seu objetivo de vida era surpreender os outros!
 
E você cresce e percebe que a opinião dos outros é só dos outros. Você percebe a magia de ser você mesmo! Tudo bem que todo mundo odeia a segunda-feira, você não gosta realmente é da terça. E ama as quintas, as sextas são só as sextas! Gosta de frio e de campo. Acha a praia ok, mas de vez em quando precisa mergulhar em água salgada para dar uma revigorada, seja com a paisagem, seja com superstições.
 
Descobre que gosta de caras normais, não daqueles que despertam inveja nas amigas tamanha beleza hollywoodiana que ele carrega. Porque a beleza enche os olhos e o saco! Você prefere o cara divertido, que te faz rir e que entende as suas piadas, que gosta das mesmas músicas que você e que não precisa se vestir impecavelmente, que mistura verde com amarelo mas te abraça de uma forma que te faz esquecer que tem gente no mundo que mata seu semelhante.
 
Gosta de piadas sem graça e de viajar de carro. Tudo bem se seus amigos já foram pra todos os continentes da Terra, você prefere conquista-los no War enquanto come amendoim ovinho! Sabe que um dia vai viajar e conhecer muita coisa bacana, mas não agora. Você não precisa fazer tipo pra ninguém depois que cresce! Se sua festa de 15 anos precisou ser melhor que todas as outras que você já foi na vida, seu casamento precisa só agradar aos noivos, precisa ser do jeitinho de vocês! E se não houver casamento, tá tudo lindo da mesma forma!
 
Todas as pessoas que você conhece querem uns 3 filhos e sabem a profissão que vão seguir antes mesmo de nascerem, você, no momento, só quer um cachorro que lamba seu nariz de um jeito engraçado. O que vai acontecer daqui 14 anos? Daqui 14 anos você descobre! Não é porque todo mundo se preocupa e planeja o futuro que você precisa planejá-lo também! A frase que sua mãe te falava quando era pequeno nunca fez tanto sentido: você não é todo mundo!
 
Você não precisa ir a uma festa em um lugar que não gosta só porque todo mundo vai, você não precisa usar Sneaker só porque todo mundo comprou um, não precisa usar esmalte azul junto com todos se você quer passar um nude. Você cresceu e a única coisa que realmente precisa é ganhar sua grana pra pagar suas contas! Fora isso, não precisa mais nada! Não precisa impressionar, não precisa surpreender, não precisa fazer tipo para se enturmar!
 
Você lembra dos coleguinhas da escola e como eram trouxas cruéis por só aceitarem pessoas parecidas com eles no grupinho! Ah, como as crianças perdem por não experimentarem conviver com gente diferente! Meninos não gostam de meninas, elas só choram e irritam! Meninas não gostam de meninos, eles puxam seu cabelo, arrotam e peidam (e continuam nessa vibe mesmo depois de 40 anos). 
 
É mais leve quando você pensa no relacionamento com as demais pessoas como você leva seu relacionamento com seu cônjuge (futuro, ex ou atual). Não precisa ser uma surpresa todo dia para provar o amor, pois aí, quando não tem surpresa, o amor entra em questionamento. Mas viva todo dia cativando os que você quer por perto e, quando houver surpresas, prova que o amor de todos os dias está mais intenso! Você não precisa viver pelos outros, para entretê-los! E descobrir isso te faz dormir tão mais tranquilo e com um pijama zuado e confortável porque dane-se se seu vizinho vai vê-lo quando for colocar o lixo pra fora!
 
E daí se os outros estão investindo na bolsa de valores quando você ainda quer guardar moedas em um cofrinho? Você é assim! Não vai se arriscar para acompanhar o movimento!
E daí se estão planejando os casamentos quando você quer tirar um ano sabático viajando o mundo sozinho? É isso que vai te fazer feliz naquele momento!
E daí se todos se formaram? Você gosta de investir cada hora em um negócio próprio, abre e fecha lojas, mas só se aventura naquilo que te faz bem no momento!
E daí se em um encontro dos que se formaram em 1.997 você é o único que não tem carro? Você não gosta de dirigir, não vai fazer isso para impressionar os outros enquanto bufa em cada baliza que precisar fazer!
E daí se alguém comprou um apartamento e você comprou uma colcha nova para a cama de solteiro na casa dos seus pais? É ali que você está conquistando seus sonhos? Então é ali que você vai ficar!
 
Corra atrás do que você quer, pra te entreter, para te surpreender, para te fazer feliz, para você viver! Sabe aquele negócio de “se você não se achar bonito, ninguém vai achar”? Não é muito verdade, vai ter gente que vai gostar daquilo que você não suporta em você mesmo. Mas “se você não te fizer feliz, ninguém vai te fazer” é, talvez, a verdade mais absoluta que há!  

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Volte 482 casas!

Pra quem é meu amiguinho no Facebook já sabe que hoje pela manhã eu estava ouvindo uma conversa no ônibus – quem está sempre por aqui sabe que essa é uma velha mania minha – e duas mulheres falavam sobre um cara que foi assaltado na rodoviária. Uma delas dizia “Mas o cara tem que ser muito trouxa pra colocar 2 mil na carteira! É claro que vai ser roubado! Estava pedindo para levarem!” E fiquei pensando: onde a gente vai parar?

Quando paramos de torcer para o mocinho vencer o mal e passamos a olhá-lo como panaca que só faz besteira? Quando passamos a simpatizar com o bandido e a torcer para que se dê bem às custas de “trouxas” que andam com o seu próprio dinheiro por aí? Quando começamos a achar que idiota é a pessoa que atende o seu celular na rua – se não fosse pra usar na rua, poderíamos comprar telefones fixos! Que momento escolhemos o WaLuigi e deixamos de escolher o Mario para jogar Mario Tennis?
Há um tempo houve a polêmica sobre a pesquisa que divulgou ~ erroneamente ~ que 65% dos brasileiros acham que mulher de roupa curta é culpada por ser estuprada! Ok, o dado estava errado e foi corrigido para 26%! Igualmente inacreditável: 26% dos brasileiros acham que uma vítima de estupro pediu por isso!

Não sei se a culpa é da novela das oito que faz um cara que jogou uma criança na lata de lixo ser amado porque é engraçado, se é do Coyote que faz o bicho que quer capturar o outro para comer ser considerado um exemplo por nunca desistir, se é dos filmes de terror que fazem com que odiemos a mocinha que resolve fugir do assassino indo para o último andar do prédio e sempre pensamos “essa imbecil tem que morrer mesmo, ôôô bicha burra!”, ou se temos que parar de terceirizar a culpa...

Parece que estamos regredindo nesse negócio de virar humanos! Uma mulher tira uma foto ao lado de um caixão sem se importar se os filhos que perderam um pai estão ao seu lado! A Globo te chama para ver um médico legista que chega ao local do acidente e vê que a vítima é o pai dele...

Parece que na brincadeira da vida a voz do locutor perguntava se queríamos trocar uma bicicleta por falta de amor, e nós, com o fone de ouvido tocando Valeska Popozuda, gritávamos SIIIM! Se trocaríamos o mocinho certinho com cara de bebê pelo bandido com cicatriz na sobrancelha e barba por fazer e nós gritávamos SIM!! Se deixaríamos de ajudar o próximo para filmá-lo sendo assaltado e nós não gritávamos nada porque estávamos distraídos vendo as fotos de um acidente qualquer! 

Como diria o poeta: Tá faltando sentimento ~ e a gente já não rola muito tempo – roda o bracinho no ar e bate palma! ~




quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Alguém tira a fita, assopra e dá reset?


Sou do tipo de pessoa que tenho medo do futuro e, talvez por isso, tendo a pensar o mínimo possível nele! Mas, ultimamente, o sentimento de pavor anda persistindo e lutando bravamente contra qualquer tentativa de me concentrar só no presente! E meu maior medo dos dias que virão não é se vou ter uma aposentadoria bacana, se teremos água suficiente, se eu terei artrose, o que mais me preocupa é como serão as pessoas!

Sempre converso com uma amiga sobre “e como será quando nossos filhos estiverem grandes?”.  
Normalmente é ela quem fala isso, mas eu divido o medo! Sou de uma geração que já é um tanto problemática, que as pessoas não tem tanta paciência, que se acham extremamente especiais e acham que para serem valorizadas precisam menosprezar o outro. Mas a próxima geração é um pouco mais assustadora!

Nós assistíamos filmes em que os adultos eram heróis e queríamos imitá-los pois sabíamos que como crianças o máximo que faríamos era aprender que antes de B e P vem o M. Hoje os filmes mostram as crianças heroínas e, na maioria dos folhetins, elas são insolentes! Tratam os adultos de qualquer forma – mesmo que seja uma bruxa má – e desprezam ordem dos pais.

Antes o merthiolate ardia e nos fazia pensar duas vezes antes de pular de cima da árvore, na minha época comíamos legumes e verduras porque os pais mandavam, simples assim, não tinha essa de desenhar a história da Chapeuzinho Vermelho com o tomate para tornar o prato mais atrativo!

Criança tinha hora pra dormir e não tinha barganha! O olhar dos nossos pais nos fazia gelar por dentro e íamos deitar, nos comportávamos em um jantar ou em qualquer evento social não porque não morríamos de vontade de sair tocando o terror, mas porque obedecíamos. Por medo? Talvez alguns. Mas a maioria, por respeito! Porque tínhamos a noção que pai é pai, mãe é mãe, homem é homem, menino é menino e macaco é macaco!

Sempre critiquei a minha mãe quando ela me falava que na época que ela estudava, acordava cedo pra trabalhar, pegava ônibus, carroça, o que quer que fosse e voltava tarde da noite, não tinha essa de pai ir buscar no metrô e eu me perguntava  “se ela não curtia aquilo, se é ruim, porque deseja o mesmo pra mim?!” Pelo mesmo fato que eu desejo pro meu filho, sobrinho, afilhado, criança catarrenta conhecida que sofra com merthiolate, que entenda um olhar severo, que saiba que criança é criança, que tome umas chineladas na bunda e que obedeça pelo simples fato de obedecer por pior que seja: pra virar um bom adulto! Um adulto que conheça hierarquia, que não saia de um serviço porque o chefe falou mais alto com ele e ele "não leva desaforo pra casa”, um adulto que siga regras mesmo que ninguém esteja olhando, um adulto que me faça ter um mínimo de esperança que “dias melhores virão”!
E uma última súplica: seus filhos serão adultos a maior parte da vida! Por favor, deixem que sejam crianças, que se vistam com roupa da Moranguinho, que se sujem de tinta, que brinquem com bonecas, que brinquem de carrinho, que acordem despenteados, que tenham cachinhos e que suem numa brincadeira na escola sem se preocupar com o laço no cabelo!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Te fiz um rock, Melissa!

Quem foi que disse que amar é sofrer? Quem foi que disse que Deus é brasileiro? Que existe ordem e progresso enquanto a zona corre solta no congresso. Quem foi que disse que a justiça tarda mas não falha? E quem foi que disse que é legal fazer música com nomes próprios? – Acho que faltou esse último questionamento na música Zé Ninguém. Aliás, porque todas as músicas não são de Zés Ninguéns?

 E não, isso não é coisa de recalcada que tem um nome vindo das profundezas da Terra e que não tem uma musiquinha que o cite no final de uma estrofe qualquer! Porque mesmo se eu chamasse Florentina eu teria a minha suposta homenagem! Aliás, eu me lembro de umas 3 músicas que citam meu nome ou apelido e normalmente elas vêm à cabeça das pessoas logo que me apresento e mandam um “CamilaaAAA-OOO, Camilaaaa” e até que não me incomoda tanto. Mas quando só lembram no Netinho-Não-o-De-Paula e inicia a canção como se estivesse no carnaval da Bahia “Oooh Miiiilla, mil e uma noites...” nesse momento a pessoa normalmente se toca do que a música diz e emenda um lálálá!

 Mas dificilmente uma música vai acrescentar algo à vida daquela pessoa de nome homônimo. Quantas Annas Júlias será que não desejam queimar o primeiro sucesso de Los Hermanos? E quantas Genis será que sofreram um apedrejamento graças ao fofo do Chico Buarque? 

Eu achava o cúmulo da fofice a letra de Dani do Biquíni Cavadão... até que cantei para umas 3 Danis e elas bufaram! A Renata já foi ingrata na voz do Latino e já descobriu que aos doze não é mais criança graças ao Tihuana. E quantas Jackies viraram Tequila, seja no nome ou na goela?

A Melissa já recebeu um mambo feito pelo Bidê ou Balde e ouviu promessas que fariam tudo por ela através do Los Hermanos. Aliás, Los Hermanos curtem esse negócio de nome de gente em música, tem pra todo mundo: Bárbara, Carol, Lisbela, Gabriela, e quando não sabiam mais que nome colocar, gravaram Uma Brasileira.

E porque será que a maioria da mulherada das letras das músicas é um bando de byscatche (forma fofa de escrever uma palavra feia pra minha mãe não ficar brava)? Claro que tem as homenagens lindinhas de pais que escreveram para as filhas, tipo Caroline do Raça Negra. Mas a Ana Carolina do Jorge e Mateus largou o cara na mão, a Mari Mariana do Victor e Leo eu também desconfio que nunca apareceu na porteira. E a coisa linda da Juliana que nunca quer sambar? A Mariana do Sem Compromisso também se mandou assim que a cortina fechou. E a Carla do LS Jack então? Maria Chiquinha foi decapitada enquanto o Genaro-Meu-bem ensinava as criancinhas a pratica da necrofilia.  

 Não lembrei de muitas músicas que citam nomes de homens... Só sei que o xará do meu namorado não é muito heterossexual quando dobra a esquina vestido de água marinha, com toda alegria, festejando, possuído pelo ritmo Ragatanga, ele dança, ele curte, ele canta! E eu mesma já traí minhas juras de não citar música quando ouço um nome: perguntei esses dias para uma amiga grávida qual seria o nome do filho se fosse menino e ela disse: "Eduardo" e eu questionei "E Mônica?".
 
E eu sei que tem várias músicas que homenageiam realmente o dono do nome que ela leva, mas são poucas e acho que só a pessoa pra quem ela foi escrita é que não se importa com a repetição constante. Mas acho que até Helô Pinheiro sente palpitações quando começa um “Olha que coisa mais linda...”

 
 E, encerrando com a banda que abriu o show, o Biquíni Cavadão briga feio com Los Hermanos quando o assunto é nome de mulher em música, além da Dani, já fizeram Janaína acordar todo dia às 4:30 e, sério, não tem pior castigo que acordar todos os dias tão cedo assim... nem chamar Cátia e ver seu nome rimado com cachaça pelo Latino.

domingo, 3 de agosto de 2014

Só a Deus pertence?


“Onde você quer estar daqui 1 ano?” Foi com essa pergunta – na verdade, com as respostas a ela – que terminamos o almoço na última sexta.

Às vezes, a resposta certa a dar quando você está com pessoas do seu serviço é “Pretendo estar aqui, trabalhando com vocês, dando bom dia no mesmo horário e boa noite com poucos minutos de diferença do dia anterior!”, mas esqueço que fazemos parte de uma geração que anseia por mudanças! Que deseja ter os sonhos conquistados ao invés daquela aposentadoria segura que nossos avós desejavam. Que negariam um casamento arranjado para buscar o amor verdadeiro! Que prefere VIVER com letras maiúsculas a viver com um ar de “ok”.

E é bom fazer parte dessa geração! Mas as mudanças não acontecem sozinhas! Grande parte dessa galera que quer mudar acaba querendo e só! São sonhos engavetados e fechados com um suspiro de “tinha tudo pra dar certo, mas é tão complicado!” são pessoas que querem mudar o mundo mas não conseguem acordar mais cedo nenhuma segunda-feira como prometido todo domingo!


E vamos engordando comendo nossos planos no café da manhã, almoçamos jogando conversa fora do que faríamos se ganhássemos na Mega Sena, passamos a tarde dando Enter nos campos que deveríamos dar, rolando o mouse cinco vezes até chegar no campo determinado para preencher com o número 128.9, levantando para pegar café, lendo histórias sobre pessoas corajosas que realmente jogaram a estabilidade de um "casamento arranjado" fora para se aventurar com o amor verdadeiro, com um negócio próprio, com uma viagem em um ano sabático, com uma mudança inesperada.

E como é difícil darmos o primeiro passo em direção à mudança! Estamos acostumados com o que temos vivido e bem acomodados nos sofás de onde observamos a vida! Ontem eu cortei bastante o cabelo e hoje, quando fui lavá-lo, usei a mesma quantidade de shampoo e condicionador que usava antes de ontem! Não nos acostumamos fácil assim... mas precisamos correr atrás!

Se quer passar o próximo Natal acompanhada, não dá pra passar a noite do sábado em casa, esperando o príncipe encantado bater à sua porta pedindo uma xícara de açúcar – isso pode acontecer, mas é uma exceção!  Se quer abrir um negócio próprio, precisa fazer um planejamento, se dar prazos e se obrigar a cumpri-los. Se quer emagrecer, pergunte-me como! Mentira, faça tudo o contrário do que eu faço, mas faça alguma coisa. Se quer ganhar na Mega Sena, comece jogando depois disso, peça ajuda ao Coelhinho da Páscoa, parceiro de todas as horas!

E lembre-se: também que não tem nada de errado em estar feliz no lugar onde você está agora! Isso é uma dádiva! Mas tenha sempre sonhos, objetivos a serem alcançados... as fases mais fáceis tendem a serem as mais chatinhas... busque um pouco de dificuldade!  Se quiser viver dificuldade financeira, fique a vontade para me dar parte do seu salário!