terça-feira, 17 de novembro de 2015

#porMariana #porMaria #porJoao

Faz um certo tempo que não posto aqui e, infelizmente, não vim pra tratar com humor um assunto sério. Vim falar com seriedade de um assunto triste!

A última semana que tivemos transbordou em lama e sangue. De Minas a Paris! E o Facebook se dividiu entre os que se solidarizavam com Paris, os que choravam por Minas, os que preferiam brigar querendo obrigar os outros a terem um único sentimento de tristeza por um único lugar, os que choravam por ambas as tragédias, etc. Eu fiz parte do grupo que mudou a foto do perfil para a bandeira da França, mas sei que isso não ajudou em nada as famílias que choravam a morte dos seus entes, mas quis mostrar minha solidariedade com aqueles que estava vivendo de perto a tragédia.  
Vi também com muita tristeza o que aconteceu e está acontecendo com Minas, não mudei a minha foto para a bandeira do Estado porque sabia que podia demonstrar minha tristeza de outra forma: ajudando (nota do autor (como se o texto inteiro não fosse): Você também pode ajudar! O que não falta são postos de coletas)!

Mas essas duas tragédias só me levam a pensar em uma coisa: DESACELERAR!!! Precisamos pisar no freio na nossa vida, tirarmos o zoom dos problemas e olharmos de uma forma mais abrangente identificando aquilo (e aqueles) que realmente importa e nos esforçarmos para passarmos o maior tempo possível amando! 
Amando o que estamos fazendo, amando as pessoas, amando aquele artesanato que tira o estresse, amando aquela corrida, amando aquela casa, amando aquela circunferência da cintura, amando aquele papo, amando aquele trabalho voluntário, amando aquele trabalho involuntário, amando aquelas pessoas do dia a dia, amando...

O trabalho é só um trabalho, mas 8 horas por dia de todos os dias são 1/3 da soma desses dias! É muito tempo para desperdiçar fazendo algo que não enxergamos um motivo, que não temos prazer em realizar! Procure algo que te satisfaça! A gente nunca sabe quando vai ser o último dia que vamos trabalhar, seja por uma lama que invade o rio, terroristas que invadem a cidade, crise que invade a empresa... 

E mesmo que você esteja em um serviço que ame, não fique todos os dias até mais tarde, saia mais cedo, vá abraçar sua esposa/esposo, vá levar seus filhos pra passear! Nunca os deixe duvidar da importância que eles tem pra você! 

Tá incomodado com os quilos a mais? Procure algo que goste para perdê-los! Dance, corra, caminhe, mas não perca seu tempo se obrigando a fazer algo que não gosta para entrar em padrões que não acredita! Se preocupe com a sua saúde, física e mental! 

Não está feliz no relacionamento? Transforme a vida de um casal chata em duas vidas com possibilidades de serem felizes! Não vá com pressa, não apresse as coisas por medo... mas vá com medo, por mais clichê que pareça! 

Não brigue tanto! Releve mais! Desacelere, vá com calma, com alma, de cabeça! 

Quando aceleramos precisamos de maior atenção nos obstáculos do meio do caminho, o estresse é maior e só chegamos um pouco mais rápido no destino! Eu não quero chegar a lugar algum tão rápido assim! Quero admirar a paisagem pelo caminho, conversar com os passageiros (desde que seja depois das 10 da manhã) e aproveitar todas as comidas servidas na viagem! 

Amem exageradamente, vivam em paz e parem de encher o saco nas redes sociais! 



segunda-feira, 8 de junho de 2015

Hoje foi... mas poderia ter sido...



Hoje foi um dia daqueles... na verdade, os motivos para reclamar começaram ontem, perto das 11 da noite.

Ralei o carro no muro de casa quando fui estacionar (pai, se você estiver lendo isso, não foi por querer)! Entrei cabisbaixa em casa e fui preparar algo pra comer, mesmo sabendo que meu estômago não aguenta comer e deitar, mas estava morrendo de fome. Fiquei atenta vendo as apresentações do SuperStar e cochilei no momento que informaram as bandas eliminadas, acordei com as letrinhas subindo na tela.
Pouco depois das duas da madrugada meu estômago resolveu refrescar a minha memória e me punir por ter forçado a barra! Depois de uns minutos no banheiro, pedindo perdão a ele, de joelhos, segurando o vaso sanitário, volto pra cama que já estava fria e desconfortável. Qualquer posição que eu ficava só era suficiente pra cochilar alguns minutos. Coloquei almofada, tirei almofada, tirei travesseiro, tirei coberta, liguei ventilador, coloquei coberta, tirei o celular de perto e foi assim durante a noite toda, até às 7 da matina. Hora de acordar! Mas quedê forças? Mandei mensagem pra chefe dizendo que eu iria de carro e faria horário de rodízio, chegando às 10:30 e saindo às 19:30, mesmo sabendo que perderia parte da aula da pós que começa às 19:15.

Nossa, a pós! Reta final, mas o nível está cada vez mais hard! Eu achei que conseguiria matar todos os chefões apenas com três pulinhos na cabeça! Mas não! Já estou pulando até sobre a minha própria cabeça e nada resolve! Sabe vontade de ir ao banheiro? Que começa quando você está dentro do ônibus e ainda tem uma viagem de meia hora até em casa? Você se contorce, se distrai e por alguns minutos consegue esquecer o aperto, mas se urina enquanto tenta colocar a chave no buraco da fechadura, a alguns passos do banheiro (não que isso já tenha acontecido comigo, não me urino assim, todos os dias)? Então, é exatamente assim que eu me sinto com as aulas da pós... falta muito pouco pra acabar... mas parece que vou me urinar a qualquer momento!

Como se não bastasse ter aula, descobri no começo do dia que tinha 4 trabalhos pra hoje... sim, quatro QUATRO trabalhos pra hoje HOJE! Não eram nenhum bichos de sete cabeças, então consegui fazer 3 no almoço e o outro consegui desencanar da possibilidade de termina-lo!

Queria eu ter sete cabeças, assim poderia trocar a que está sobre o meu pescoço e doendo o dia inteiro graças a uma noite mal dormida, trânsito, trabalhos, trabalho e lembrar do ralado no carro...

Hoje é um dia daqueles...

Mas só porque eu quis assim! Eu preferi olhar pra tudo o que tinha de negativo ao invés de mudar a lente do óculos, tirar o fundo de garrafa e colocar um óculos escuro, que deixa qualquer pessoa mais gata! Dormi mal, mas poderia ter disfarçado isso com uma bela camada de maquiagem, melhoraria minha auto-estima e diminuiria o número de perguntas “nossa, tá dormindo ainda?”. No site da Globo conta as bandas que foram eliminadas no Superstar e eu podia ter aproveitado a minha insônia para conferir. Ralei o carro, mas e daí? Eu nem me importo tanto com isso, sempre amei cicatrizes (mesmo assim pai, não foi de propósito)! Vim trabalhar de carro e isso quer dizer que vou embora da aula de carro sem ter que perturbar ninguém pedindo carona! E a pós tá acabando! Não importa o tamanho da minha vontade de sair correndo, ela vai passar em só mais 8 aulas!


Não acho que temos que nos Pollyannizar (busque no google: Pollyanna), vendo só o lado positivo das coisas e não reclamando nunca, seguir o que dizem algumas avós (que já estão aposentadas) “pelo menos você tem trabalho, não reclame de acordar cedo!”. Sou super a favor da prática da reclamação 0800, mas nem sempre, não quando isso não te faz bem, não te faz rir ou desabafar... só te deixa com mais dor de cabeça e quem está pulando nela é você! 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

kkkkkkkk ou pipipipipi

  
LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL...

é assim que as histórias de muitos relacionamentos tem sido escritas! Quando insistimos em uma mesma tecla que já está gasta e já não forma mais palavras inteiras, apenas a velha insistência em fazer com que faça algum sentido. Mesmo que a tecla seja o “K” e você pense que está tudo muito divertido, na verdade está cansativo, monótono e sem futuro.  

Sabe quando o machucado está formando uma casquinha, feia, meio asquerosa, mas que mostra que o que machucava está sendo coberto? Às vezes você não resiste àquela tentação de tirá-la e corre pra procurar um band-aid outra vez, pra tampar o ferimento que já estava cicatrizando. Outras vezes nem tirou a casquinha porque quis, foi só se enxugar e passou a toalha forte demais, e de repente, distraidamente percebe que voltou a sangrar, voltou a doer, como quando vê uma foto, recebe uma mensagem.  
Parece que faltou nas aulas de português em que ensina que um parágrafo muito longo, sem ponto final, se torna confuso e desinteressante. Você insiste em colocar vírgulas sem fim, enquanto o outro autor dessa história está fazendo um ponto final com caneta Pilot preta – Pincel Anatômico 1100 – Tinta Permanente.

E não falo apenas de relacionamentos amorosos, muitas amizades já deram o que tinham que dar, já te trouxeram muitos benefícios, mas agora é só uma canseira sem fim, uma via de mão única! Você manda mensagens insistentes, tentando marcar um encontro, uma visita, uma saída, um chat pelo Skype, mas a reposta não vem ou quando vem, é negativa. Vem em forma de desculpas que você já não engole mais. Tem tudo pra respirar fundo e jogar pro alto, se apegar às coisas boas que passaram, mas entender que passaram! Mas não, passa uma semana, um mês e seu orgulho de manter velhos amigos te faz mandar mais uma mensagem que vai ser respondida falando sobre a correria e falta de tempo.

Nosso psicológico não foi treinado para aceitar perdas numa boa. Mas enquanto batemos numa tecla velha, perdemos tantas oportunidades de sermos felizes. Não fazemos uma viagem porque talvez fulano vá em um barzinho no mesmo final de semana. Faltamos no happy com o pessoal do serviço esperando que aquela amiga confirme o rolê de logo mais, mas faz três dias que ela não responde suas mensagens e nem atende às ligações. Dizem que o amor é cego, mas eu acho que é a insistência em um amor falido que nos fecha os olhos. Não te permite enxergar outros “e ses”. Enquanto você insiste em olhar só pra noite, perde um belo pôr-do-sol do outro lado!

E além de cegar, parece que também te faz perder a memória, a noção e os sentidos. Te tira os pés do chão, mas em uma rasteira que te  faz bater a cabeça. E não meu bem, nenhum príncipe encantado ou guerreira valente vai vir te dar um beijo pra te acordar... no máximo um “anão-amigo” te dará uma mão, enquanto usa a outra para te dar tapas na cara.

Interessante é que quando pensei nesse tema, ontem, antes de dormir, pensei em algumas pessoas, algumas histórias, alguns status com indiretas deprimentes no Facebook e hoje acordei com a newsletter de um dos meus blogs favoritos abordando o mesmo assunto e vi no Face a atualização de outro blog falando sobre a mesma coisa... acho que é uma tendência! Quase tão insuportável quanto os sneakers.


Se ame mais e se cuide mais... e abra seus olhos porque o tempo tá passando, o mundo tá andando e você não está vendo!  

quarta-feira, 15 de abril de 2015

A única coisa que vem até nós quando permanecemos parados é o ônibus!




Lá na firma tem um banheiro muito disputado entre as mulheres: é o banheiro para deficientes no final do corredor. Não sei se o que as atrai é o espaço ou a privacidade, mas sei que temos que glorificar em pé quando ele está disponível, principalmente na hora de escovar os dentes após o almoço – eu o.d.e.i.o passar fio dental na frente de outras pessoas! Ao lado da porta do banheiro fica o filtro onde eu estava enchendo a minha garrafinha dia desses quando ouvi barulho de salto alto no corredor. A mulher olhou a porta fechada, bufou um “esse banheiro tá sempre ocupado” virou as costas e provavelmente foi urinar ao lado de outra pessoa no banheiro da frente! E chegamos onde eu queria!

Terminei de encher a garrafa e tentei abrir a porta e...? Tcharan, estava vazio!

A gente costuma fazer tanto isso na vida, né?

Observamos de longe uma oportunidade, idealizamos como seria incrível se aquilo acontecesse, planejamos o que faríamos caso tivéssemos a chance, pensamos durante a caminhada, mas, às vezes, ficamos a dois passos do paraíso do objetivo e desistimos! Por medo de nos decepcionar com uma porta fechada, com medo da decepção de já ter alguém no lugar que nos imaginamos (seja ele uma privada ou uma cadeira na gerência) e voltamos ao ponto zero ou nos contentamos com algo que não queríamos só porque era mais fácil!

O pior é que normalmente preferimos ter razão do tipo “eu sabia que não ia dar em nada, viu, a empresa não respondeu o e-mail” –  “mas você enviou algum perguntando se receberam seu CV?” – “Não, eu sei que não vai dar em nada então nem vou me desgastar!” – sim! Porque teclar meia dúzia te palavras te fará desmaiar mais que a Juliana!

Então você toca violão no quarto, cantando baixinho para não incomodar o vizinho, e fala que o sonho da sua vida é fazer sucesso com sua música! Tem uma pasta no seu computador com seus poemas e os lê às vezes para pensar como seria incrível lançar um livro e compartilhá-los com outas pessoas! Você desenhou um livro para crianças, ele é sua obra de arte, seu filho, e fica dentro de um berço chamado “gaveta-do-criado-mudo”! Você se vê trabalhando em uma grande empresa que você paquera desde criança, mandou um currículo uma vez, mas durante o banho você fica criando diálogos que teria na entrevista e no seu primeiro dia!

Mas o medo de termos de admitir que tentamos e não conseguimos é grande! Então preferimos ficar com todas as desculpas, todas as hipóteses, todas as possibilidades e nenhuma certeza! Aliás, uma certeza:  Que não vai dar certo! Porque você não está fazendo nada a respeito, você não deu dois passos a mais e tentou abrir a porta, não forçou a maçaneta, não esperou por 5 minutos ou até mesmo quinze e correu o risco de enfrentar um mau odor ou um problema maior que esperava!
 

Quando você não se planeja e vai atrás do que você quer, você fará parte dos planos de outra pessoa e olha, ninguém vai te planejar algo tão bom quanto o que você almeja. Então, voltamos às frases prontas ridículas, mas que eu amo: Se der medo, vai com medo mesmo!! Mesmo que exista  a possibilidade da pessoa não ter dado descarga, às vezes precisamos limpar as merdas de alguém para provarmos quanto somos bons!

sexta-feira, 20 de março de 2015

A vida é mais difícil sem cromaqui!

Essa semana li uma ótima frase em uma foto no Instagram e não consigo parar de pensar a respeito: “Não compare os seus bastidores com o palco de alguém!”. É uma versão remix do “A grama do vizinho sempre é mais verde” com participação especial de “Só veem as pingas que eu tomo, mas não veem os tombos que levo”. Mas, assim como algumas regravações ficam melhores que a original, essa me impactou mais!

Somos tão esquisitos ao comparar o sabor de um bolo de chocolate pronto que alguém fez com a farinha, ovo cru e leite que ainda estão dispostos sobre a nossa pia. Não queremos pagar o preço, queremos apenas que as coisas aconteçam assim como aconteceram por mágica com os outros, logo após sacrificarem finais de semana estudando para passar na faculdade pública e com o dinheiro economizado com os estudos comprou o carro que você quer. Comparamos a medalha no peito depois de uma corrida com o nosso treinamento que só nos presenteia com suor e cãibras.

E com essa história de redes sociais, o palco das pessoas que antes era em um teatrinho de escola de cidade do interior agora se tornou uma apresentação no Rock In Rio. Todos veem casais apaixonados, filhos bem sucedidos, pais amados e superparceiros, amigas se divertindo em um bar, irmãos se amando, avós sendo respeitadas, um divertido almoço com colegas de trabalho, uma viagem de casais de amigos, etc. E quer tudo isso pra sua vida! Porque você discute com o seu namorado, seu filho falta no serviço que acabou de começar porque deu 3 espirros, você vive em pé de guerra com os seus pais, suas amigas dificilmente conseguem um dia para saírem juntas e quando saem falam tanto que esquecem da foto, não se lembra a última vez que teve uma conversa de amigo com o seu irmão, sua avó reclama que você não vai visita-la, prefere almoçar sozinho que com o pessoal do escritório e a viagem que tentou fazer em casais foi um desastre quando cada um queria fazer uma coisa!

Mas isso, meu bem, é vida real! Você vive um programa do Datena, não dá pra comparar com a bem ensaiada novela das 6 com humor leve e descontraído e que teve aquela cena gravada 78 vezes antes de ir pro ar!

Não compare seus bastidores cheios de fios espalhados, pessoas se trocando, maquiagem desfeita, falta de tomadas para todos os equipamentos com o projeto final de outra pessoa. Você nunca vai alcançar a felicidade e satisfação continuando com isso! Aproveite esse tempo vago em que está curiando a vida alheia e vá correr atrás do que você quer, vá preparar um bom espetáculo para o mundo ver, ou não, faça na surdina e, ao invés de aplausos e inveja, receba a oportunidade de fazer de novo e de novo e de novo! 

quarta-feira, 11 de março de 2015

"me manda o print que eu te ajudo a responder"

Perto de completar 28 réveillons particulares na face desta Terra, comecei a pensar sobre esse caminho longo que foi traçado com uma caminhada lenta e corcunda.

Ontem conversava com uma amiga sobre como a gente para de se importar com o decorrer dos anos: Paramos de nos importar tanto com a opinião dos outros, com as críticas que não constroem e com os elogios que também não nos levam a nada, com os bens que fulano ou ciclano tem, com a falta de um cumprimento em uma rodinha de amigos, com um olhar julgador de um desconhecido em uma via pública, com uma indireta... aprendemos a respirar um pouco mais fundo, piscar lentamente e virar os olhos como fazemos quando vamos escrever um bilhete que não ficou muito bom, então amassamos a folha e jogamos fora!

Mas é engraçado como ainda nos importamos com as pessoas com quem nos importamos! Sério, a frase é essa mesmo, leia mais umas 13 vezes e ela fará sentido – eu espero!
Continuamos priorizando pessoas que simplesmente não se importam! Continuamos gostando e fazendo questão de estar perto de pessoas que passaram. E é simples assim, elas passaram! Ou às vezes ainda estão passando, mas distraídas ou ocupadas com seus afazeres e suas vidas. E as pessoas não gostarem de nós da mesma forma que gostamos delas não é o fim do mundo! Já sobrevivemos a coisas piores: Você já quis morrer por um astro de uma boyband ou já sonhou com o dia em que correria na praia de mãos dadas com uma estrela do Baywatch. E um dia você acordou e se deu conta que eles nem sabiam que você existia.

Você conseguir contar os amigos – amigos de verdade – com uma mão é uma vantagem e uma benção! É melhor ter poucos padrinhos no seu casamento que vão te abraçar com sinceridade que mil convidados que vão reclamar que a bolinha de queijo tinha pouco orégano. E o bom de fazer esse tipo de reflexão é saber que eles existem – os reais! Os que reclamam do orégano eu já sabia que existem aos montes! 

É aquele que vai entender que você ligou um dia depois do seu aniversário para dar parabéns porque conhece sua cabeça avoada! É aquele que você pode falar que não vai visitá-lo porque está afim de ficar o dia de pijama no sofá! É o que vai te contar que tem uma catota no seu nariz! É aquele que te dará uns tapas na cara ao invés de dar sempre o ombro pra você chorar! É com quem você não precisa de desculpas!  É quem te critica sem medo e te elogia sem inveja! É quem sente seu tom de voz por uma mensagem de “oi” no Whats! E aquele que te abraça com uma mensagem! É quem não vai querer competir com você seja com problemas maiores que os seus ou alegrias maiores que as suas! 


E trocando o sentimento de “que droga, ninguém me ama” por “caraca, esses daqui vão me ajudar a trocar a fralda geriátrica”, eu percebo como sou abençoada por ter os melhores amigos e extremamente diferentes entre si! E como meu namorado – e grande amigo – disse: “amizade de verdade não precisa de esforço!”. 

E se algum amigo não mandar mensagem (os de verdade sabem que eu odeio ligação) na sexta-feira (13/03 - para o caso de você estar lendo o texto no futuro) esse ano não vai ter desculpa! Vou usar com violência a parte que amigo dá tapa na cara! 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Peguei um trânsito de mais de um mês para te dar Parabéns!

(encaixe aqui um barulho de máquina de escrever)... Camilla, nascida e residente de São Paulo, capital, há quase 28 anos. 
Já fiquei presa em enchente, nunca fui assaltada, já trabalhei em um lugar que levava mais de duas horas para chegar, já tomei multa por trafegar na faixa de ônibus (tenho uma ótima desculpa e testemunha para isso, não sou do tipo folgada-espertona), um ônibus já bateu no meu carro, já perdi compromissos por demorar muito mais que o previsto para chegar, já fui a pé a lugares muito distantes por causa do trânsito, já dormi no metrô e perdi a estação que tinha que descer, já tropecei e rolei a escada de uma estação de metrô, já precisei assistir meu programa favorito no GPS do carro porque tinha acabado a luz em casa, com muita dor no coração já vi uma pessoa fazendo cocô na rua por não ter acesso a um banheiro (o mínimo de dignidade que um ser humano deveria ter), já vi uma pessoa entrar no trem mancando, sentar no banco preferencial e sair andando normalmente depois, já vi briga de trânsito, brigas de casais no transporte público e já ouvi inúmeras histórias que nunca saberei o final porque a pessoa que contava para uma outra (que não era eu) desceu em alguma estação ou ponto antes do meu!

Morar em São Paulo é como ter um relacionamento conturbado, cheio de brigas por ciúmes e de reconciliações que transbordam em amor enlouquecido! Te falta água, te falta luz, te falta paz, mas te sobra hot-dog a qualquer hora da madrugada, te sobram shows a preços acessíveis de boas bandas em todos os finais de semana, te sobram opções de lugares para conhecer, te sobram restaurantes bacanas, te sobram pessoas a conhecer, profunda ou superficialmente.

Do seu vizinho, você conhece o cocô do cachorro, mas atravessa a cidade para encontrar com amigos que trabalham em um mesmo lugar mas moram espalhados pelos 4 cantos da capital paulista. Perde longos minutos escrevendo um e-mail para a pessoa que trabalha a duas salas depois da sua ao invés de ter um contato pessoal, porque todo paulistano já nasceu desconfiado e precisa formalizar suas palavras, seja por exigência da empresa seja por cisma pessoal. Você logo percebe quando um turista é paulistano, pois ele pede para um morador local tirar uma foto sua com a esposa em um marco da cidade do interior e, enquanto ele abraça a mulher, já fica pronto para correr caso o calmo interiorano resolva fugir com o celular. Menos pelo valor afetivo com as fotos da última viagem e mais por ter de ficar alguns dias sem consultar o outlook e/ou redes sociais.

Paulistano vive na correria não por escolha própria, mas porque a cidade exige isso. Se você não corre, perde o ônibus, perde o farol aberto, perde a vaga no estacionamento lotado, perde a hora do encontro que pode ser com o homem da sua vida! O metrô não te espera com as portas abertas para entrar e menos ainda para sair, é preciso correr! O trânsito é a única coisa parada porque os carros ainda não voam. Talvez paulistano devesse nascer com asas – melhor não!

Mas nem só de pão-listano vive o homem São Paulo (por favor, não pare de ler o texto depois dessa piada. Sim, piada!). A cidade nos brinda com a diversidade todos os dias! Mulheres de véu passam em uma rua, homens com quipá atravessam outra, todos os sotaques se encontram em uma conversa em um bar na esquina (não sei porque, mas acreditamos que bar bom, fica em alguma esquina), tradições de outros países dividem uma sala de escritório, um micro-ônibus comporta 21 pessoas e milhares de trajetórias diferentes até chegar à capital paulista.
E São Paulo está preparado para receber todo o tipo de gente, todos os paladares de outras culturas, te prepara um bairro – como a Liberdade – para que você se sinta em casa, te abraça e te xinga como todo bom namorado bipolar. Te dá chuva, sol, arco-íris, frio, calor, folhas caem e tudo isso em 24 horas! São Paulo é cheia das surpresas, seja um cocô de pombo, seja um ônibus vazio! Surpresa é surpresa!

O aniversariante é o Rio, mas como não vivo lá, resolvi escrever sobre o que vivo aqui. E que troquei durante um ano, mas voltei correndo depois de não conseguir sair em uma noite de natal porque nem o posto de gasolina estava aberto. Obrigada pelos abraços de hoje, como os dois ônibus vazios para chegar até o serviço e por esperar eu retornar do almoço para mandar a chuva!


Nota da Autora: não citamos política nem aprofundamos ao tema “falta de água” porque eu não quis!  

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Chegamos bem até aqui?

Um dia dessa semana eu cheguei em casa e tinha uma criança brincando na rua, um loirinho andando de bicicleta sozinho, já deve ter uns 3 anos. Sorri com a cabeça pendendo para a esquerda enquanto o via pedalar com pressa, olhando um pouco pra frente, um pouco para o lado, admirando e desconfiando da plateia. Ele largou a bicicleta no meio da rua e voltou andando, de um jeito gozado que me fez lembrar que eu já estive no lugar dele.

Com pouco mais de idade, eu brincava junto com a sua mãe naquela mesma rua. Não da mesma coisa porque nunca soube muito bem andar de bicicleta. Mas brinquei e briguei durante muitos anos naquela travessa sem saída, tranquila naquela época, sem o prédio que hoje ocupa o terreno que “na minha época” abrigava dois ou três galpões abandonados que invadíamos para empinar pipa e roubar amora. Também não tinha o condomínio que hoje fica no lugar da casa da minha avó e da vizinha, uma amiga, com quem conversava através de um cano na parede quando ficava de castigo.
A rua já não é mais a mesma, parece que ficou apressada, parece que perdeu a paciência com que aceitava as crianças entrando na casa de vizinhos idosos e bravos pra se camuflar na noite durante o esconde-esconde. Parece que ela envelheceu junto com a gente e hoje sente dores e desânimo quando uma criança pede pra brincar com ela.

Lembrei do primeiro selinho em uma brincadeira de verdade-ou-desafio, de quando soltei um pum na frente de todo mundo, de quando cai pra trás e estava de saia quando brincávamos de “Pézinho” (PRIMEIRO – ZERINHO!), lembrei de cantar música brega e conhecer Legião Urbana, de ver vizinhos mudando e voltando ou só trocando de casa, de fazer aniversário de bonecas, de gastar um filme inteiro de 36 poses no aniversário da boneca, de quando a menina mais velha nos contou que tinha menstruado e por isso não ia tomar sorvete, lembrei de quando não lavei minhas calcinhas e minha mãe as colocou em um balde lá no portão porque eu não entrava de jeito nenhum, lembrei que queria ser estilista e estudar em Paris, lembrei de quando caí de patins e cortei a perna e parecia que estava tendo uma edição do Lollapalooza na minha casa de tanta gente que juntou lá, da primeira vez que lavei um chão de cozinha quando fui chamar uma amiga pra brincar depois do almoço e fui ajudar pra ir logo, lembrei de quando um menino me disse  que em mais 3 primaveras ele me procuraria, não sabia o que isso significava, assim como não sabia o que diziam as músicas dos Mamonas que os meninos dublavam quando fazíamos um “show” em casa e uma vez foi tão engraçado que um deles fez xixi nas calças! Lembrei que eu tinha planos e sonhos pra uma vida inteira, mas não lembro quais eram.

Passaram muito mais que 3 primaveras, o menino nunca me procurou (ufa) e parece que toda essa história é de um outro alguém, mas não minha! A gente cresce e parece que só lembra de ser adulto. Em um mês faz 10 anos que tirei minha carteira de motorista, em dois anos, faço 3 décadas de vida e não me dá medo, nem arrependimento! Aproveitei bem cada fase da minha vida, brinquei de Barbie até uns 14 anos, não queria que essa fase passasse. Mas passou e parece que ficou muito distante! E hoje sou impaciente como a rua que moro, na segunda-feira já espero pela sexta e na sexta já lamento porque em 3 dias será segunda novamente.

Nessa onda de eventos do Facebook (a qual eu não quero que passe jamais), participei de um que dizia ser um Manifesto Para Sair Com a Roupa Amassada Pois A Vida Passa E A Gente Nem Vê! Depois de rir, de rir bastante, pensei que é verdade! Ela passa! E se a gente vive esperando pelo próximo dia, ele não chega nunca!


Uma vez li uma frase bacana que era “A criança que você era teria orgulho de você hoje?”. A minha, primeiro me zuaria por ter ficado gorda e acho que pediria pra ir com mais calma, na comida e na vida! E perguntaria por que agora eu tenho TV no quarto, se eu ainda sei fazer embaixada, por que antes eu ia até o metrô Tiradentes a pé e agora vou de carro até a rua de cima e onde está todo mundo que cresceu com ela. Só sei responder às três primeiras com precisão.