“Amiga, preciso comprar roupas, vamos comigo?”; “Esposa, tem
certeza que não quer colocar sutiã pra ir na festa de aniversário do filho do
meu chefe?”; “Marido, eu sei que você fez promessa de deixar a barba crescer
até a final da Libertadores, mas o Palmeiras já foi classificado, não dá pra
raspá-la pra sairmos com as minhas amigas da faculdade?”; “Filho, hoje nós
vamos almoçar na casa da sua vó, mãe do seu pai, não dá pra você ir fantasiado
de Cascão!”; “Mãe, preciso de um tênis novo, vamos ao shopping comigo?” – Ok,
nessa última situação você não está interessado na opinião dela e sim no cartão
de crédito!
Aaaaaaaah a opinião dos outros! Nós fingimos tão bem que não
nos importamos com ela quanto o comercial da Dolly finge que o produto é bom!!!
Na verdade, nós mudamos de ideia quando nos convém: se vão falar bem, se vão
elogiar, se vão falar algo sorrindo, levantando os ombros e deitando a cabeça
pro lado direito, nós adoramos a opinião alheia! Se vão criticar, se vão contra
o que estamos fazendo, se vão falar que engordamos, se vão arquear a
sobrancelha e olhar com cara de “não faz isso”, nós queremos que a opinião
pública vá às favas!!
Mas todo mundo, no fundo, no fundo, se importa! Por exemplo,
quanto tempo você levaria pra apresentar pros seus amigos um namorado que usa
um bigodinho estilo Naldo? Se sua namorada é fã de Calypso a ponto de se vestir
como a Joelma, quantos aniversários da família você esconderia dela? Se seu
nome fosse Astêncio José, como você se apresentaria pras pessoas? Quantas vezes
você não ligou prazamigas antes de uma festa pra saber com que roupa iriam e
quais sugeririam pra você? Quantas vezes não perguntou pra sua irmã se a sua
roupa estava boa antes de sair com uma mina? E o medo de alguém pegar seu fone
e descobrir que você está ouvindo Cristiano Araujo?
A gente se importa, a gente faz pose, a gente desativa o “Exibir
informações sobre músicas do Windows Media Player como mensagem pessoal” do MSN
quando estamos ouvindo Chiclete com Banana, a gente coloca uma capa preta na
biografia da Mariah Carrey quando vamos ler no metrô, a gente pede pro namorado
raspar o bigode, a gente peida e finge uma tosse...
Eu me importo... me importo quando meu cofre aparece, quando
estou com “Tira a calça jeans, bota o fio dental...” na cabeça e cantarolo na
frente dos outros, quando subo quatro degraus e fico bufando quase tendo uma
parada cardíaca, quando finjo que estou falando no celular para ignorar alguém
desagradável e o telefone toca, quando rolo um lance de escada no metrô Ana Rosa
em horário de pico... vamos fingir que estamos no Esquenta e vamos fazer
camisetas admitindo que nos importamos a ponto de não sairmos de pijama de
casa!... tá, eu saio de pijama de casa, mas me importo se estou com o suvaco
suado!
Antes que vocês invadam meus e-mails, minhas redes sociais, a caixa de entrada de SMS do meu celular, me falando o que pensam a meu respeito, é importante deixar claro: eu me importo com a sua opinião, mas não a pedi!
Um comentário:
Não pediu, mas eu vou dar minha opinião:
Continue postando!!!!
ps: Para de me enrolar para o cinema.
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