terça-feira, 14 de maio de 2013

Prefiro quando respondem!!


Hoje o dia acordou cinza... não, ninguém morreu, quer dizer, não no meu circulo de amigos ou não que eu tenha ficado sabendo. Acordou cinza porque eu moro em São Paulo e aqui, até o dia mais ensolarado tem aquela pitadinha cinza de poluição!

Mas e se alguém tivesse partido? E se você acordasse com a péssima notícia que um brother seu do colégio, que você não via há uns 9 anos tivesse sofrido um acidente de carro e foi embora deixando um carro batido, uma paquera, uma pós não concluída, uma carreira de sucesso, uma juventude, um óculos de sol, uns relógios, uma poupança pra voltar pra Austrália, pais desacreditados, avós que ainda não receberam a notícia porque ninguém sabe como falar e uma conta no facebook?

Vocês não se viam há tempo, mas você sabia de quase tudo o que se passava na vida do colega por causa das redes sociais, sabia que ele saía de final de semana, que gostava de cinema, que gostava de Red Hot, mesmo que na época da escola sabia dançar Onda, onda, olha onda, que mantinha amizade com uns 4 carinhas que estudaram com vocês, que viajava com a família de vez em quando, mas que sempre que podia ia pra praia surfar com os amigos! Mas pra você, ele ainda era aquela pessoa que usava chaveiros de Pokemons na mochila, que tinha o estojo do Street Fighter, que foi pra escola uma vez com o uniforme do avesso, que peidou na frente de todo mundo num exercício na Educação Física, que desenhava muito bem, que tinha a risada engraçada e que te emprestou R$ 0,50 pra comprar um imã de geladeira num passeio no Aquário de São Paulo que você tinha esquecido de levar grana!

Você não sabe mais o cheiro que a pessoa tinha, se ela tinha bafo, se ficou gago, se falava palavrão quando estava feliz, se mexia no queixo quando pensava, se era fotogênico ou se realmente ficou bonito, se mexia no cabelo quando estava nervoso, se fazia escândalo pra espirrar, não conhecia as manias, os amigos, o dia-dia, o tom da voz, se cantava ou se preferia batucar... mas o que você sabia, você foi até o mural da pessoa e escreveu!

Provavelmente começou com um “nossa, quanto tempo a gente ficou sem se ver! Porque não nos encontramos depois que saímos do colégio, éramos tão amigos!” e continuou contando o episódio do imã de geladeira e preferiu ocultar a parte do peido! Enquanto escrevia o recado, parou algumas vezes, medindo as palavras, pensando nas surpresas da vida, pensando que ele tinha sua idade, brincando com a barra de rolagem leu outros recados póstumos e viu outros colegas da escola que também não o viram mais lembrando dos fatos daquela época e se lamentando por não terem combinado nenhum barzinho ou churrasco na casa de alguém pra colocar o papo em dia! Mas agora, não dá mais tempo!

Não, o post de hoje não é pra fazer ninguém chorar, mas é pra propor uma “brincadeira” super saudável, bem minha cara: pense que seu coleguinha morreu! Vá até a página de alguém e elogie, lembre de fatos bacanas que passaram juntos, conte até quando ele peidou na frente de todo mundo, mas aproveite enquanto a pessoa ainda vai ler! Surpreenda alguém contando como uma olhadela na prova dele te salvou da recuperação de História, conta que até hoje você usa Taty porque a pessoa te deu de presente de 15 anos e você se apaixonou pelo cheiro, posta foto do chaveiro que ele te trouxe quando foi viajar nas férias e você ainda guarda, faça isso enquanto você pode receber uma resposta molhada de alegria de alguém surpreso! E a graça do post de hoje vai ficar por conta do sorriso da pessoa que receber seu recado!

2 comentários:

Marcos disse...

Muito bom!! kkkkk

Unknown disse...

VErdadeiro e triste