domingo, 15 de setembro de 2013

E se...

Era segunda-feira, eu estava com o meu típico bom humor de segunda-feira, me vestindo de forma que refletisse esse bom humor e andando como se o mundo fosse meu! E aí perdi a oportunidade de conhecer o que poderia vir a ser o amor da minha vida – isso se eu acreditasse que ele está por aí, andando pelas ruas em plena segunda-feira. Um cara passou e me pediu em namoro e eu mandei a resposta automática que vem a nossa cabeça quando um desconhecido passa por você na rua e te pergunta se quer namorar com ele: “não, obrigada!”.

Mas depois fiquei pensando E SE eu tivesse dito sim ou se tivesse, pelo menos, sugerido uma troca de telefone? Podia descobrir que ele costuma usar palavras do tipo “seje”, “esteje”, “menas”, “escultar” e me despediria logo em seguida trocando o número do meu telefone e deixando a vida seguir. Ou também corria o risco de descobrir que ele é uma pessoa incrível, alfabetizada, palmeirense roxo, que gosta de presentear a namorada com lindas Melissas e com viagens para a Grécia. Mas não vou saber em que caso ele se enquadra, porque falei “não”!

Pode parecer clichê e realmente é, mas isso não torna a frase menos verdade, mas “algumas oportunidades não voltam só porque você se arrependeu”. E quantas oportunidades eu já perdi nesses últimos 26 anos? Será que aprendi a falar não antes de sim (minha mãe não está aqui pra eu perguntar e se for contar com a memória dela, ela vai lembrar o que conversamos hoje pela manhã)? Às vezes acho que o homem age mais por instinto que muito animal por aí, não tem muito essa de racional! Depois que a gente age que a gente faz uma listinha mental de E SEs e nunca vamos chegar a conclusão nenhuma porque a oportunidade já passou!

“Ah meu Deus, um texto para bater na cara das pessoas e falar pra elas ‘pede pra sair’ ‘presta atenção no que você tá fazendo dessa sua vidinha aí, porque tem mais do que você está se permitindo viver’!” não, é um texto para procurar o cara que eu encontrei na segunda e pedir pra ele continuar andando nos mesmos lugares, nos mesmos horários e a gente ainda vai se trombar de novo. E se eu for contar com a sorte que eu tenho, isso vai acontecer em uma sexta-feira, quando eu estou mordendo os outros na rua de tão mau humorada e vestindo a primeira peça de roupa que grudou em mim quando tropecei e cai no guarda-roupa!

Mas, de verdade, acho que usar a frase “posso responder já já?” seria uma boa ferramenta para exercermos a nossa suposta racionalidade e ponderarmos o que vamos contar empregando o  futuro do pretérito e o que vamos contar como fato da nossa história. Preguiça crônica de pensar no que poderia ter sido!

 
E esse poderia ter sido um texto mais bem humorado, só que hoje é domingo, meu bom humor só chega amanhã, ele sempre aproveita as oportunidades de viajar e nunca passa o final de semana em São Paulo.

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