Um dia desses estava elaborando uma planilha nova para uns
clientes e me perguntei “Como eu cheguei até aqui?” – Ok, foi utilizando o Butantã
USP, mas estou falando de uma análise mais complexa, mais auto-ajuda, mais “de
onde viemos e pra onde vamos”, mais “porque eu não nasci rica?”, mais “Silvio
Santos me adota”, mais “tá, já entendemos!”...
Lembro que o meu primeiro emprego eu usava muito mais o
Paint pra ficar desenhando no tempo entre uma ligação e outra que qualquer
outra coisa! Já trabalhei como vendedora, como suporte técnico, como estudante –
vulgo: vagal, até que fui parar em uma empresa em que analisaria os dados em um
negócio chamado Excel... Antes de um maluco me contratar para essa vaga (beijos
Fabio, você deu sorte!), eu tinha feito uma entrevista em que o cara me
perguntou se eu manjava de Tabela Dinâmica e eu não fazia ideia do que ele
estava falando – e disse isso pra ele resumido em “ahan”! E agora eu estou
aqui, olhando 8 horas por dia para uma tela cheia de quadradinhos que me
acompanham na minha vida pessoal quando vou fazer minha planilha de gastos
mensal. Aliás, preciso me tratar em um grupo de Excelzistas Anônimos...
Uma vez alguém me disse que DECISÕES DECIDEM DESTINOS e como
isso é real – tanto que ficou guardado em minha memória de atum! Quando eu não
passei no primeiro vestibular que prestei, desisti da Fisioterapia e resolvi
passar um ano pensando no que fazer... não foi tempo suficiente para pensar
direito, porque acabei fazendo matemática... Escrevia poemas sobre dores de
amor desde muito cedo, quando eu só amava minha mãe, meu pai e Yakult e mesmo
assim acabei não dando nenhum passo a essa direção (profissionalmente)... Me
dei superbem trabalhando como vendedora, mesmo odiando pessoas, mas só
trabalhei com isso por 6 meses... Já quis fazer moda, medicina, direito, já
quis ser médica-legista, pensionista, cabelereira... Mas estou aqui, sem mexer
em defunto, formatando células e fazendo Tabelas Dinâmicas mais que faço xixi!
Na maioria das vezes não percebemos que determinado passo
pode mudar os próximos anos! Se não tivesse ido passar o ano novo em Atibaia,
não estaria namorando, se não tivesse ouvido quando meu irmão falava que ser
estilista não dá dinheiro já que não sou gay, talvez tivesse me aventurado, se
não tivesse parado de sofrer por amar meu cachorro e ele gostar mais do meu
irmão, teria virado estatística... Cada escolha uma renúncia... cada decisão um
destino e cada post de auto-ajuda que eu fizer como este, um tapa
na minha cara!
Resumindo tudo isso: escolha o que te faz feliz, mas você
vai ter que fazer alguma coisa que não curta muito porque a vida não é esse parque
de diversão com algodão doce ilimitado e sem fila no seu brinquedo favorito...
E se chegar em um ponto que você viu que as coisas não estão legais, dê restart
(atenção para o verbo: DÊ e não OUÇA), tire a fita, assopre e volte ao início...
Eu to aqui, feliz da vida com as minhas planilhas e
extremamente agradecida por terem me dado meu primeiro emprego mesmo que a
pessoa tenha pedido pra eu abrir o Windows Explorer e eu abri o Internet
Explorer e fiquei esperando a próxima ordem... agradecida pelas chances que
todos os meus empregadores me deram e por todos os que me falaram “não”... se
não, não estaria aqui!... Pensamento meio Chico Xavier no final do Sabadão
Sertanejo – com mulheres dançando semi-nuas com bambolê gigante, concurso da
camiseta molhada, mas mensagem de auto-ajuda no final!
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