quinta-feira, 22 de agosto de 2013

E se eu fosse você me vendo ser eu?

“tá, tá, tá bom! Tá bom!” é assim que, normalmente, a gente tenta encerrar uma conversa que implica em verdades sendo lançadas em nossa face sem dó nem piedade – isso é o que a gente acha, porque quase sempre o interlocutor dessa verdade está sendo bem simpático, fofo e educado! Também podemos usar outra manobra radical que chama “vamos falar de coisas sem sentido” e comentar sobre o ator do filme que está passando a propaganda na televisão, reclamar da política da Nova Guiné, lembrar uma história engraçada que aconteceu com você em 1.992, comentar sobre quando viu uma porca comendo a própria placenta depois de dar a luz, etc.
 
Admitir erros é uma coisa muito difícil! A gente tem todas as desculpas na ponta da língua para se justificar, sempre estamos na defensiva e dificilmente ouvimos exatamente tudo o que o outro está dizendo! Quando a minha mãe começa com o sermão “você não sabe usar o seu dinheiro” eu só ouço as duas primeiras frases, sei do que se trata, fecho a cara e começo a sessão de respostas prontas: Se o dia foi ruim, reclamo que está ficando pior, se o dia foi bom falo pra ela não estragar, se está muito cedo é porque está muito cedo, se está muito tarde, é porque está muito tarde... e tudo isso porque eu sei que ela tem razão, mas não quero ouvir isso de ninguém!
Eu tenho o maravilhoso costume de ouvir a conversa das outras pessoas no metrô e já ouvi muitos relatos de gente dividindo com seus colegas que tudo no serviço sobra pra ele, que ninguém trabalha senão ele, que todo mundo é folgado, que na faculdade ninguém faz sua parte em algum trabalho em grupo, que em casa só ele que coloca ordem, etc! Fico pensando: ou eu só trombo com as pessoas mais competentes do mundo ou alguma coisa está errada! Nunca ouvi ninguém falando “nossa, sou muito folgado no serviço! E sempre tem um idiota que faz tudo!”. Era para o mundo estar cheio de pessoas perfeitas, é uma pena que o único defeito delas é que são cegas! Acho que as pessoas tem dificuldade para enxergar e assim como não identificamos nossos próprios defeitos, também procuramos culpar alguém por eles!
Estamos tão acostumados a ouvir mentiras, bajulações, pessoas que querem fazer média, que quando ouvimos alguém falando a verdade, achamos que é reencarnação do Osama Bin Laden querendo explodir uma bomba nas nossas gengivas! Amigos, amigos de verdade (não aqueles que só andamos junto porque a mãe da pessoa nos paga uma bolsa-brotheragem ou porque a pessoa coou café com a nossa calcinha e nos enfeitiçou e por isso não conseguimos desfazer a amizade), só falam as coisas pro nosso bem, são eles que enxergam se a roupa está ficando bacana na gente ou não, eles nos veem muito mais tempo que nós mesmos e sabem que nossa postura não tá legal e falam pra que procuremos corrigir – a não ser que quero fazer cosplay do Corcunda de NotreDame. Quando sua mãe pergunta se você engordou, não adianta gritar que emagreceu 400 gramas comparando ao peso que tinha quando estava grávida! Quando um brother falar que você tem bafo, procure Listerine e não um amigo que tenha desvio de septo! Quando seu pai fala que essa roupa te deixa parecendo a Geisy Arruda, troque a roupa ao invés de brincar de Suzane Von Richthofen! Quando seu irmão fala que você não sabe dirigir, tente contar quantas vezes você sobe na guia tentando estacionar e melhora isso ao invés de estacionar em cima dele!
Vamos nos observar com outros olhos! Vamos prestar atenção no que os outros falam, desde que não seja o Pedro Bial... ele vocês podem ignorar!

Nenhum comentário: