
Quando paramos de torcer para o mocinho vencer o mal e
passamos a olhá-lo como panaca que só faz besteira? Quando passamos a
simpatizar com o bandido e a torcer para que se dê bem às custas de “trouxas”
que andam com o seu próprio dinheiro por aí? Quando começamos a achar que
idiota é a pessoa que atende o seu celular na rua – se não fosse pra usar na
rua, poderíamos comprar telefones fixos! Que momento escolhemos o WaLuigi e
deixamos de escolher o Mario para jogar Mario Tennis?
Há um tempo houve a polêmica sobre a pesquisa que divulgou ~
erroneamente ~ que 65% dos brasileiros acham que mulher de roupa curta é
culpada por ser estuprada! Ok, o dado estava errado e foi corrigido para 26%! Igualmente
inacreditável: 26% dos brasileiros acham que uma vítima de estupro pediu por
isso!
Não sei se a culpa é da novela das oito que faz um cara que
jogou uma criança na lata de lixo ser amado porque é engraçado, se é do Coyote que
faz o bicho que quer capturar o outro para comer ser considerado um exemplo por
nunca desistir, se é dos filmes de terror que fazem com que odiemos a mocinha que
resolve fugir do assassino indo para o último andar do prédio e sempre pensamos
“essa imbecil tem que morrer mesmo, ôôô bicha burra!”, ou se temos que parar de
terceirizar a culpa...
Parece que estamos regredindo nesse negócio de virar
humanos! Uma mulher tira uma foto ao lado de um caixão sem se importar se os
filhos que perderam um pai estão ao seu lado! A Globo te chama para ver um
médico legista que chega ao local do acidente e vê que a vítima é o pai dele...
Parece que na brincadeira da vida a voz do locutor perguntava se queríamos trocar uma bicicleta por falta de amor, e nós, com o fone de ouvido tocando Valeska Popozuda, gritávamos SIIIM! Se trocaríamos o mocinho certinho com cara de bebê pelo bandido com cicatriz na sobrancelha e barba por fazer e nós gritávamos SIM!! Se deixaríamos de ajudar o próximo para filmá-lo sendo assaltado e nós não gritávamos nada porque estávamos distraídos vendo as fotos de um acidente qualquer!
Como diria o poeta: Tá faltando sentimento ~ e a gente já
não rola muito tempo – roda o bracinho no ar e bate palma! ~
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