E quando começo um texto aqui, tenho que saber o tema que
vou abordar, por isso dei essa pequena explicação, porque eu não faço a menor
ideia sobre o que eu vou falar e estou enrolando vocês! E aí resolvi escrever
sobre isso: enrolação!
Quando ainda éramos crianças (porcas e sem noção do tempo
que desperdiçávamos nessa prática), enrolávamos nossos pais quando perguntavam
se tínhamos escovado os dentes e nós, na verdade, só colocamos um teco de pasta
de dente na língua e deixamos derreter só pra ficar o cheirinho pra provar em
uma delicada baforada na cara de nossa progenitora. Ou quando nos fechávamos no
banheiro, ligávamos o chuveiro e enquanto contribuíamos para a atual falta de
água no Planeta, víamos a água cair e cair enquanto líamos, sentados na
privada, uma historinha do Chico Bento nadando no lago e pensávamos como seria
legal brincar com água!
Enquanto somos solteiros, costumamos enrolar pessoas do sexo
oposto – ou do mesmo sexo, desde que haja um certo interesse do tipo: tchananã.
Quem nunca deixou de dispensar um cara ou uma garota, mesmo que não estivesse
em seu plano dar um chance para o mesmo, só pra não correr o risco de ficar sem
alguém em uma quarta-feira chuvosa de carência? Ou enrolou só pelo fato de não
saber como contar para o cidadão em questão que você tem mais interesse em um
palito de sorvete de madeira de reflorestamento que nesta pessoa...
Alguns casais mantém a prática da enrolação mesmo depois que
iniciam um namoro ou se comprometem em um casamento. Não estou falando de
traição, mas de pura enrolação do tipo “Estou com dor de cabeça!”, “Eu estou de
óculos escuro nessa praia porque meus olhos são sensíveis a dias nublados, não
é pra ver as meninas de biquíni sem você perceber!”, “Não, eu não comprei essa
comida pronta, fui eu que fiz tudo!”, “É claro que lembrei do nosso aniversário
do primeiro beijo no rosto, não comprei nenhum presente porque estou te
preparando uma surpresa pro final de semana!”, “Claro que eu gosto da sua mãe,
amor! Acho que ela que não gosta muito de mim, então não vamos obriga-la a
conviver comigo, não é mesmo?!”, e coisas do tipo!
Tem gente – mais ou menos 99,9% da população – que se salva
da enrolação no serviço graças à velocidade com que o ALT + TAB tira o Facebook
da tela e volta para o programa que sua empresa utiliza! A arte da enrolação
também é usada quando você não quer responder alguma coisa a alguém e usa
desculpas do tipo: “Nossa, só vi essa mensagem agora! Meu facebook deve estar
com problema! Pena que a festa já foi” ou “Ah, não recebi sua mensagem! Ouvi
dizer que a TIM estava mesmo com problema pra enviar sms! Ah, o seu é Claro?
Mas é tudo a mesma coisa, não é mesmo?!” ou “Eu ia te responder a hora que vi,
mas aí passou um cachorro e eu me distraí!”.
Também usamos a enrolação quando precisamos contar algo pra
alguma pessoa e não sabemos bem como começar ou como terminar e usamos os
clássicos “o gato subiu no telhado” ou a versão remix “Acho que hoje chove... e
aí seu namorado vai beijar a amante na chuva!”
E quando aquele seu amigo chato da escola - é, aquele que coçava a bunda na aula de
história, que tinha uma super-pizza-pan-tamanho-família sabor atum-passado
embaixo do braço e fazia questão de te abraçar a toda oportunidade que aparecia
– te chama para sair para colocarem a conversa em dia, você usa o sempre infalível
“amigos, por favor, coloquem fotos minhas em seus facebooks com a palavra ‘Luto’
na legenda!” .
Enfim, vamos parar de enrolação e vamos começar o post de
hoje...
2 comentários:
hahahahaha sensacional como sempre tchuca!
É realmente você me enrolou... agora estou esperando o post de verdade!!! rs Bjo linda!!!
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