domingo, 13 de outubro de 2013

Isso é coisa de menino!


Meu irmão tem uma horta! E, por incrível que pareça, ele tem amigos também! Mas o ponto não é o fato da pessoa saber como tratar de uma salsinha hibrida e mesmo assim saber conversar com pessoas, e sim o fato dele ter uma horta e eu não saber a diferença de abobrinha para um girassol!

E o primeiro pensamento é “isso não é coisa de menino”, assim como eu fazer um cara chorar quando competimos embaixadinha não é “coisa de menina” (sim, nós somos meio do contra aqui em casa). Mas quem definiu isso? Quem disse que mulher tem que saber cozinhar, que homem tem que saber trocar pneu, que mulher gosta de novela, que homem precisa saber fazer churrasco... ? “Aaaah Camilla, a gente tá no século XXI, ninguém mais pensa nisso! Os caras de hoje já nascem sabendo trocar a fralda dos filhos!”.

Ahaan, isso porque não é você que sabe que o nome entre o confronto Palmeiras e São Paulo é Choque-Rei e quando cita isso numa conversa com um cara recebe olhares fulminantes estudando seu corpo pra ver se você tem barba ou pomo de adão! Mesmo no século XXI, em pleno 2013, nós ainda achamos que azul é de menino e rosa é de menina! Exatamente, isso vem desde a escolha da nossa mãe para o nosso enxoval, depois, na escolinha separam as meninas para o ballet e os meninos para o karatê!

A infância inteira somos separados por Lilica Ripilica e Tigor! Depois vem a adolescência e eles ficam com a parte de serem idiotas e nós, com a parte de achar que somos adultas! Parece que todas as funções da nossa vida já foram definidas quando o espermatozoide que fecundou o óvulo foi X ou Y e naquele momento resolveram por nós que teríamos que saber, pelo menos, fritar um ovo!

Por mais que as mulheres busquem direitos iguais, por mais que o número de saias sentando na cadeira da presidência de várias empresas tenha aumentado, ainda não acostumaram com essa posição e, li uma vez na Você S.A. uma entrevista da Anna Lauvergeon que dizia que o que atrapalha a ascensão das mulheres ainda é a discriminação, mas, principalmente a postura delas “quando você promove um homem, ele discute o novo posto, o salário e o tamanho da nova sala. Quando você promove uma mulher, ela sorri e diz ‘muito obrigada’”.

E os homens também ainda não acostumaram com as novas liberdades que tem de poder escolher profissões que antes eram consideradas “de mulher”. O mundo está mudando, só falta conseguirmos mudar nossas cabeças! Derrubarmos nossos próprios preconceitos contra nós mesmos!

Eu ainda finjo que não sei que um carro 8V tem um arranque melhor que um de 16 em uma primeira conversa pra não deixar ninguém assustado e já conversei com caras que não me contaram de primeira que curtiam Sex and the City.

Quando conseguirmos vestir um bebê menina de azul, ainda na maternidade, aí as coisas vão começar a mudar! Mas sei que todo grito de igualdade acaba quando começa a brincadeira “peitiiiinhoo”!

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