terça-feira, 13 de novembro de 2012

Concerteza agente naçeu pra ficá junto!

Nossos avós e pais tiveram muita sorte, não é mesmo? É claro que nossa geração (Coca-Cola) também tem suas vantagens: A economia melhorou, a nova classe C tem se endividado conquistado mais coisas, a globalização, a criação do DVD e, com ela, o fato de não precisarmos mais rebobinar uma fita pra devolver na locadora, baixar filmes – pra não precisarmos mais ir até à locadora, o nascimento do Ashton Kutcher, o boom de toda essa tecnologia que temos hoje e, claro, a internet!

Aí vocês perguntam: “Mas se nós temos todas essas coisas ,por que os nosso avós que tiveram sorte?” – lê-se com voz de menina mimada criada pela avó. E eu lhes respondo: “Porque eles tinham contato com as pessoas!” - lê-se com voz de pessoa séria, cheia de razão! Sim, através da internet nós conhecemos mais gente, mas quantas pessoas nós “conhecemos” de verdade?
Sua avó estava andando pela rua, a caminho da igreja, em uma manhã ensolarada de domingo, acompanhada dos seus pais e irmãos, quando, de repente, encontram o vizinho do sítio onde seu bisavô morava antes de ter filhos, acompanhado de sua família! Conversam por algum tempo, vão juntos à  igreja, retornam e preparam um grande almoço feliz ajuntando os frangos assados vendidos nas padarias da época. Sua avó – assanhadinha – puxa conversa com o filho do antigo vizinho! Trocam algumas palavras, se conhecem, sentem borboletas no estômago e ficam na maior ansiedade pelo próximo domingo para se encontrarem – ao acaso – na ida para a igreja (porque eles não tinham Whatsapp pra trocar mensagens e combinar o horário). Depois de dois meses de grandes momentos de paixão ardente na troca de olhares nos encontros de domingo, o filho do antigo vizinho – no alto dos seus 17 anos – pede a sua avó em casamento para o seu bisavô e vivem felizes para sempre – até aparecer você na família!

Ok, pode ser que não tenha acontecido exatamente assim! No caso dos meus avós, os paternos eram primos e se apaixonaram quando o meu avô – danadinho – veio morar na casa dos pais da minha avó na “capitar”! E meus avós maternos se conheceram porque o irmão da minha avó começou a namorar a irmã do meu avô e eles eram obrigados a acompanhar os encontros pra ninguém sair da linha e, quem saiu da linha, foram eles – se apaixonando!

Mas, eles conheciam as pessoas pessoalmente! Conheciam como a pessoa era exatamente, não tinham surpresas por conversar com uma morena de cabelos sedosos e maquiagem impecável e conhecer a Gorete Milagres! Não se apaixonavam por uma conversa bacana que era baseada nos conselhos de um amigo que está deitado na cama jogando PSP, enquanto o cara papeia com você! Não tinham os mesmos problemas que nós: receber uma solicitação de amizade de uma pessoa de boas feições – na foto de perfil do Facebook; aceitar por curiosidade, interesse e massageio no ego; antes de puxar conversa no chat, analisar as fotos e ficar ainda mais empolgado ao ver que a pessoa é gata até naquelas fotos que os amigos marcaram, naquele momento que ela tá colocando uma coxinha na boca! Aprovado fisicamente, perguntar se o “novo amigo” te adicionou ao acaso (só pra ler que não foi ao acaso, que ele te adicionou porque te viu na página de um amigo e te achou linda)! E a conversa se desenrola mais ou menos assim:

Você - Oi, tudo bem? Vi que a gente tem alguns amigos incomuns, a gente já se conheceu pessoalmente?
Ele – Oi, tudo bem e com voçê? Não, agente nunca se vio, mais eu ti axei muito gata e quiz te conheser!
Você – coloca o mouse sobre o nome da pessoa, espera abrir a janelinha, clica em “amigos”, depois em “desfazer amizade”!

Você pode pensar que estamos voltando ao assunto de alguns posts atrás: Preconceito! Se for preconceito, me declaro culpada: Sou preconceituosa! Mas, acho que vai além disso! Não é preconceito, é brochante (me perdoem o termo)! Sério, eu não consigo continuar interessada em alguém quando leio um “concerteza", “agente”, “mim trabalhar”, “seje”, “menas”, “meia cansada”, “nóis adivinhá”, e coisas do tipo!
Não estou interessada em namorar o professor Pasquale ou cometer pedofilia com algum vencedor do Soletrando! Só quero conseguir prestar atenção na conversa que estou tendo com a pessoa e não sofrer uma pequena fisgada na perna esquerda a cada  "faiz", ou fazer um bico de CSI e desvendar o mistério que está escondido atrás de uma frase que não pode ser interpretada a olho nu!
Algumas pessoas não tiveram oportunidade de estudar e batalham pelo seu lugar, eu admiro isso! Mas não me atraio por isso, sinto muito! E me atraio menos ainda por pessoas que tiveram oportunidade, estudaram até o ensino superior e, simplesmente, tem preguiça de escrever ou falar certo! Não acho que todos devem ter o “Aurélio” como sobrenome, mas, conhecimento básico da língua que você fala e utiliza para escreverm é fundamental!
 
Os preguiçosos por aprender que me desculpem, mas, inteligência é mais sedutora que os personagens do José Mayer.
 
E sei que você está desejando que eu me apaixone por um cara que não sabe soletrar o próprio nome!

2 comentários:

Veronica Cristina disse...

Exatamente assim. Se for preconceito, sou culpada também.
Cá, continue escrevendo.. Cada dia fica melhor.

Fê Vidal disse...

Confesso que fiquei muito preocupada quando vi o título deste post, "Meu Senhor, o que fizeram com a Camilla!", mas muito aliviada ao lê-lo.

Concordo muito!

Bjs
Freda