Aí vocês perguntam: “Mas se nós temos todas essas coisas
,por que os nosso avós que tiveram sorte?” – lê-se com voz de menina mimada
criada pela avó. E eu lhes respondo: “Porque eles tinham contato com as
pessoas!” - lê-se com voz de pessoa séria, cheia de razão! Sim, através da internet nós conhecemos mais gente, mas quantas
pessoas nós “conhecemos” de verdade?
Sua avó estava andando pela rua, a caminho da igreja, em uma
manhã ensolarada de domingo, acompanhada dos seus pais e irmãos, quando,
de repente, encontram o vizinho do sítio onde seu bisavô morava antes de ter
filhos, acompanhado de sua família! Conversam por algum tempo, vão juntos à igreja, retornam e preparam um grande almoço
feliz ajuntando os frangos assados vendidos nas padarias da época. Sua avó –
assanhadinha – puxa conversa com o filho do antigo vizinho! Trocam algumas palavras,
se conhecem, sentem borboletas no estômago e ficam na maior ansiedade pelo
próximo domingo para se encontrarem – ao acaso – na ida para a igreja (porque
eles não tinham Whatsapp pra trocar mensagens e combinar o horário). Depois de
dois meses de grandes momentos de paixão ardente na troca de olhares nos
encontros de domingo, o filho do antigo vizinho – no alto dos seus 17 anos –
pede a sua avó em casamento para o seu bisavô e vivem felizes para sempre – até
aparecer você na família!
Ok, pode ser que não tenha acontecido exatamente assim! No
caso dos meus avós, os paternos eram primos e se apaixonaram quando o meu avô –
danadinho – veio morar na casa dos pais da minha avó na “capitar”! E meus avós
maternos se conheceram porque o irmão da minha avó começou a namorar a
irmã do meu avô e eles eram obrigados a acompanhar os encontros pra ninguém
sair da linha e, quem saiu da linha, foram eles – se apaixonando!
Mas, eles conheciam as pessoas pessoalmente! Conheciam como a pessoa era exatamente, não tinham surpresas por conversar com uma morena de cabelos sedosos e maquiagem impecável e conhecer a Gorete Milagres! Não se apaixonavam por uma conversa bacana que era baseada nos conselhos de um amigo que está deitado na cama jogando PSP, enquanto o cara papeia com você! Não tinham os
mesmos problemas que nós: receber uma solicitação de amizade de uma pessoa de
boas feições – na foto de perfil do Facebook; aceitar por curiosidade,
interesse e massageio no ego; antes de puxar conversa no chat, analisar
as fotos e ficar ainda mais empolgado ao ver que a pessoa é gata até
naquelas fotos que os amigos marcaram, naquele momento que ela tá colocando uma
coxinha na boca! Aprovado fisicamente, perguntar se o “novo amigo” te
adicionou ao acaso (só pra ler que não foi ao acaso, que ele te adicionou
porque te viu na página de um amigo e te achou linda)! E a conversa se
desenrola mais ou menos assim:
Você - Oi, tudo bem? Vi que a gente tem alguns amigos
incomuns, a gente já se conheceu pessoalmente?
Ele – Oi, tudo bem e com voçê? Não, agente nunca se vio,
mais eu ti axei muito gata e quiz te conheser!
Você – coloca o mouse sobre o nome da pessoa, espera abrir a
janelinha, clica em “amigos”, depois em “desfazer amizade”!

Não estou interessada em namorar o professor Pasquale ou cometer pedofilia com algum vencedor do Soletrando! Só quero conseguir prestar atenção na conversa que estou tendo com a pessoa e não sofrer uma pequena fisgada na perna esquerda a cada "faiz", ou fazer um bico de CSI e desvendar o mistério que está escondido atrás de uma frase que não pode ser interpretada a olho nu!
Algumas pessoas não tiveram oportunidade de estudar e
batalham pelo seu lugar, eu admiro isso! Mas não me atraio por isso, sinto
muito! E me atraio menos ainda por pessoas que tiveram oportunidade,
estudaram até o ensino superior e, simplesmente, tem preguiça de escrever ou
falar certo! Não acho que todos devem ter o “Aurélio” como sobrenome, mas,
conhecimento básico da língua que você fala e utiliza para escreverm é fundamental!
Os preguiçosos por aprender que me desculpem, mas,
inteligência é mais sedutora que os personagens do José Mayer.
E sei que você está desejando que eu me apaixone por um cara que não sabe soletrar o próprio nome!
2 comentários:
Exatamente assim. Se for preconceito, sou culpada também.
Cá, continue escrevendo.. Cada dia fica melhor.
Confesso que fiquei muito preocupada quando vi o título deste post, "Meu Senhor, o que fizeram com a Camilla!", mas muito aliviada ao lê-lo.
Concordo muito!
Bjs
Freda
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